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Transtorno Mental

Os transtornos mentais são condições que afetam o pensamento, o humor, o comportamento e as emoções de uma pessoa, causando sofrimento ou prejuízo na sua vida diária. Eles podem variar em gravidade e duração, e incluem uma ampla gama de diagnósticos.

1. Transtornos do Humor

é uma condição mental que afeta a maneira como uma pessoa sente, pensa e se comporta, causando alterações significativas no humor. Esses transtornos podem levar a períodos de humor elevado (mania ou hipomania), humor deprimido ou irritabilidade, muitas vezes interferindo na vida diária, nos relacionamentos e no funcionamento geral. São eles:

  • Depressão maior: caracterizada por episódios prolongados de tristeza profunda, perda de interesse em atividades, fadiga, dificuldades de concentração e mudanças no sono e apetite.
  • Transtorno bipolar: envolve episódios alternados de mania (humor elevado, energia aumentada) e depressão.
  • Transtorno ciclotímico: apresenta períodos de sintomas leves de elevação e baixa do humor que não atendem completamente aos critérios para bipolaridade.

O tratamento geralmente inclui psicoterapia, medicação e mudanças no estilo de vida.

2. Transtornos de Ansiedade

Os transtornos de ansiedade são um grupo de condições de saúde mental caracterizadas por sentimentos excessivos, persistentes e muitas vezes desproporcionais de medo, preocupação ou nervosismo. Essas emoções podem interferir significativamente na rotina diária, nos relacionamentos e na qualidade de vida da pessoa.

Alguns dos principais transtornos de ansiedade incluem:

  • Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): preocupação excessiva e constante com várias áreas da vida, mesmo sem uma causa específica.
  • Transtorno do pânico: episódios súbitos de medo intenso, acompanhados de sintomas físicos como palpitações, sudorese, tremores e sensação de falta de ar.
  • Fobias específicas: medo intenso e irracional de objetos ou situações específicas, como altura, animais ou voar.
  • Transtorno de ansiedade social (fobia social): medo extremo de ser avaliado ou julgado em situações sociais, levando à evitação dessas ocasiões.
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões que causam sofrimento significativo e interferem na rotina diária da pessoa.

Obsessões: São pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes e intrusivos que a pessoa não consegue controlar. Esses pensamentos geralmente são indesejados e geram ansiedade ou desconforto. Exemplos incluem medo de contaminação, dúvidas excessivas ou pensamentos agressivos.

Compulsões: São comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa realiza para aliviar a ansiedade causada pelas obsessões. Essas ações podem incluir lavar as mãos várias vezes, verificar se portas estão trancadas, contar objetos ou repetir palavras silenciosamente.

3. Transtornos Psicóticos

Os transtornos psicóticos são condições de saúde mental caracterizadas por uma perda de contato com a realidade. Pessoas com esses transtornos podem experimentar sintomas como delírios (crenças falsas e firmemente mantidas, mesmo diante de evidências contrárias), alucinações (percepções sensoriais sem estímulo externo, como ouvir vozes) e dificuldades em distinguir o que é real do que é imaginado.

Esses transtornos podem afetar o pensamento, as emoções e o comportamento, dificultando a convivência social e o funcionamento diário. Exemplos comuns incluem a esquizofrenia, o transtorno esquizoafetivo e outros transtornos psicóticos breves ou induzidos por substâncias.

O tratamento geralmente envolve medicação antipsicótica e psicoterapia de apoio contínuo.

  • Esquizofreniaé um transtorno mental grave que afeta a forma como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Ela costuma envolver sintomas como delírios (crenças falsas e fixas), alucinações (percepções sensoriais sem estímulo externo, como ouvir vozes), pensamento desorganizado, dificuldades na expressão emocional e isolamento social. A causa exata da esquizofrenia ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos estejam envolvidos.
  • Transtorno esquizoafetivoO transtorno esquizoafetivo é uma condição de saúde mental que combina características tanto da esquizofrenia quanto dos transtornos do humor, como depressão ou transtorno bipolar. Pessoas com esse transtorno apresentam sintomas psicóticos, como delírios e alucinações, além de episódios de humor alterado, que podem incluir períodos de depressão profunda, mania ou humor instável. A principal característica do transtorno esquizoafetivo é a coexistência de sintomas psicóticos e distúrbios do humor, ocorrendo simultaneamente ou em momentos próximos. Para o diagnóstico, esses sintomas devem estar presentes por um período significativo e não serem apenas consequência de outros transtornos ou condições médicas.
  • Transtorno deliranteé uma condição de saúde mental caracterizada pela presença de um ou mais delírios persistentes e de longa duração, que não são acompanhados por outros sintomas psicóticos significativos, como alucinações ou pensamento desorganizado. Os delírios geralmente envolvem crenças falsas e fixas que podem ser plausíveis, como ideias de perseguição, ciúmes excessivos, grandeza ou temas relacionados a doenças ou conspirações.
  • Apesar de o indivíduo manter uma aparência de funcionamento relativamente normal, suas crenças delirantes podem influenciar profundamente seu comportamento e suas emoções. O transtorno delirante costuma se desenvolver lentamente e pode durar anos se não tratado.

4. Transtornos de Alimentação

O transtorno de alimentação é um conjunto de condições psicológicas caracterizadas por padrões anormais de comportamento relacionados à alimentação, que podem afetar a saúde física e mental da pessoa. Os tipos mais comuns incluem:

  • Anorexia nervosa: caracteriza-se pela restrição severa da ingestão de alimentos, medo intenso de ganhar peso e uma imagem distorcida do corpo, levando à perda significativa de peso.
  • Bulimia nervosa: envolve episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos por comportamentos compensatórios, como vômito autoinduzido, uso excessivo de laxantes ou jejum, para evitar ganho de peso.
  • Transtorno da compulsão alimentar: consiste em episódios frequentes de consumo exagerado de alimentos em um curto período, acompanhados de sensação de perda de controle, sem os comportamentos compensatórios típicos da bulimia.

Esses transtornos podem ter causas multifatoriais, incluindo fatores biológicos, psicológicos e sociais. O tratamento geralmente envolve psicoterapia, acompanhamento nutricional e, em alguns casos, medicação. O objetivo é promover uma relação saudável com a comida e melhorar a autoestima e o bem-estar geral.

5. Transtornos de Personalidade

O transtorno de personalidade é um padrão persistente de experiências internas e comportamentos que diferem significativamente das expectativas da cultura do indivíduo. Essas características afetam a forma como a pessoa pensa, sente, se relaciona com os outros e controla seus impulsos, causando sofrimento ou dificuldades na vida social, profissional ou emocional. Os transtornos de personalidade geralmente começam na adolescência ou no início da idade adulta e tendem a ser duradouros, Esses transtornos podem dificultar o funcionamento diário e as relações interpessoais.

  • BorderlineO transtorno de personalidade borderline (TPB) é um transtorno mental caracterizado por instabilidade emocional, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, autoimagem distorcida e impulsividade. Pessoas com TPB frequentemente experimentam mudanças rápidas de humor, sentimentos intensos de vazio, medo intenso de abandono e comportamentos impulsivos que podem ser prejudiciais a si mesmas. Essas características podem levar a conflitos frequentes nas relações pessoais, dificuldades na gestão de emoções e uma sensação constante de insegurança ou instabilidade. O TPB costuma começar na adolescência ou no início da idade adulta e pode estar associado a outros problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade ou uso de substâncias.
  • AntissocialO transtorno de personalidade antissocial, também conhecido como transtorno de personalidade dissocial, é caracterizado por um padrão persistente de desrespeito pelos direitos dos outros, comportamento impulsivo, manipulação, irresponsabilidade e falta de remorso. Pessoas com esse transtorno frequentemente violam normas sociais e leis, demonstrando uma tendência a agir de forma agressiva ou enganosa sem se preocupar com as consequências para os outros.
  • Algumas características comuns incluem:
  • Desrespeito às regras e leis
  • Mentiras frequentes ou manipulação
  • Impulsividade e dificuldade em planejar o futuro
  • Irritabilidade e agressividade
  • Falta de remorso ou culpa após prejudicar alguém
  • Esse transtorno geralmente começa na infância ou adolescência e pode levar a problemas legais, dificuldades no trabalho e nos relacionamentos pessoais. O tratamento é desafiador, mas pode incluir psicoterapia e intervenções que visem melhorar o controle emocional e comportamental. No entanto, muitas pessoas com esse transtorno podem resistir ao tratamento devido à sua falta de motivação para mudança.
  • NarcisistaO transtorno de personalidade narcisista é um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia pelos outros. Pessoas com esse transtorno geralmente têm uma autoimagem exagerada de sua importância, acreditando que são especiais ou únicas e que merecem um tratamento privilegiado.
  • Algumas características comuns incluem:
  • Sentimento de superioridade e autoestima inflada
  • Necessidade constante de admiração e atenção
  • Expectativa de tratamento especial
  • Exploração dos outros para alcançar seus próprios objetivos
  • Falta de empatia, dificuldade em reconhecer ou se importar com os sentimentos dos outros
  • Inveja dos outros ou crença de que os outros têm inveja deles
  • Essas pessoas podem parecer arrogantes, egocêntricas ou insensíveis.
  • O transtorno costuma começar na adolescência ou início da idade adulta e pode causar dificuldades nos relacionamentos pessoais, profissionais e sociais.
  • EsquivaO transtorno de personalidade esquiva, também conhecido como transtorno de personalidade evitativa, é caracterizado por um padrão de insegurança, baixa autoestima e medo intenso de rejeição ou crítica. Pessoas com esse transtorno tendem a evitar situações sociais ou profissionais onde possam ser avaliadas ou julgadas, devido ao medo de serem rejeitadas ou humilhadas.
  • Algumas características comuns incluem:
  • Sensibilidade extrema à avaliação negativa
  • Evitar atividades sociais ou profissionais que envolvam contato com outras pessoas
  • Sentimentos de inadequação ou inferioridade
  • Medo de ser criticado, rejeitado ou humilhado
  • Relutância em assumir riscos pessoais ou profissionais por medo do fracasso
  • Apesar do desejo de se relacionar e fazer parte de grupos sociais, essas pessoas frequentemente se retraem por causa do medo da rejeição, o que pode levar ao isolamento social e dificuldades nos relacionamentos.

Como ela trata os transtornos de personalidade:

  1. Exploração do Inconsciente: A terapia busca identificar desejos, medos, conflitos e experiências passadas que influenciam o comportamento atual do paciente. Muitas vezes, esses aspectos estão reprimidos ou não conscientes.
  2. Análise dos Padrões Relacionais: O terapeuta ajuda o paciente a entender como suas experiências passadas moldaram seus padrões de relacionamento e suas atitudes em relação a si mesmo e ao mundo.
  3. Trabalho com Transferência: A relação terapêutica é usada como um espaço seguro para que o paciente projete sentimentos e conflitos internos (transferência), permitindo que esses aspectos sejam trabalhados e compreendidos.
  4. Consciência e Integração: Ao trazer à consciência esses conteúdos inconscientes, o paciente pode começar a entender suas motivações profundas, reduzir comportamentos autodestrutivos ou disfuncionais e desenvolver uma maior integração da sua personalidade.
  5. Mudança de Padrões: Com o tempo, essa compreensão promove mudanças nos padrões de pensamento, sentimento e comportamento, ajudando o indivíduo a lidar melhor com suas emoções e relações interpessoais.

6. Transtornos do desenvolvimento:

É um grupo de condições que afetam o crescimento, a maturação e o funcionamento de diferentes áreas do desenvolvimento humano, como habilidades cognitivas, sociais, emocionais, motoras e de linguagem. Essas condições geralmente aparecem na infância e podem persistir na vida adulta, influenciando a capacidade do indivíduo de aprender, comunicar-se e interagir com o ambiente.

Alguns exemplos comuns de transtornos do desenvolvimento incluem:

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA): Caracterizado por dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos.
  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Envolve dificuldades de atenção, hiperatividade e impulsividade.
  • Dislexia: Dificuldade específica na leitura e escrita.
  • Transtornos de aprendizagem: Como dificuldades em matemática ou escrita que não podem ser explicadas por deficiência intelectual ou problemas sensoriais.
  • Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC): Problemas na coordenação motora fina ou grossa.

O diagnóstico precoce é fundamental para oferecer intervenções adequadas.

7. Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT):

É uma condição psicológica que pode se desenvolver após a pessoa vivenciar ou testemunhar um evento traumático, como violência, acidentes graves, desastres naturais, abuso ou guerra.

Os principais sintomas do TEPT incluem:

  • Revivência do trauma: pesadelos, flashbacks e pensamentos intrusivos que fazem a pessoa reviver o evento.
  • Evitamento: evitar lugares, pessoas ou atividades que lembrem o trauma.
  • Alterações de humor e emocional: sensação de medo constante, irritabilidade, ansiedade, insensibilidade emocional ou dificuldade de sentir prazer.
  • Hiperatividade: dificuldade para dormir, estar sempre alerta, reações exageradas a estímulos.

O TEPT pode afetar significativamente a vida diária, relacionamentos e funcionamento geral. O tratamento geralmente envolve psicoterapia e, em alguns casos, medicação para ajudar a controlar os sintomas.


Esses são apenas alguns exemplos; a classificação oficial é feita pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, que detalha critérios específicos para cada transtorno.

Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Autora Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Psicóloga Clínica com 30 anos de experiência, pós-graduada em Estresse Pós Traumático (TEPT), Palestrante e Grafóloga.

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