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Psicoterapia

Freud X Lacan

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Freud X Lacan 2

De Freud a Lacan

  • Freud: descobre o inconsciente a partir da escuta do sintoma, dos sonhos, chistes e atos falhos, mostrando que neles há uma lógica, ainda que estranha, governada por condensação e deslocamento.
  • Lacan: retoma Freud e propõe que “o inconsciente é estruturado como uma linguagem”, ou seja, ele funciona pelas leis da linguagem (metáfora e metonímia).

2. O sujeito do inconsciente

  • Antes do nascimento, o sujeito já é falado e nomeado no discurso dos pais → já é marcado pelo Outro (campo da linguagem).
  • O sujeito não é um “eu inteiro”, mas um efeito da articulação significante: ele advém da cadeia S1 → S2 (um significante só ganha sentido em relação a outro).
  • O inconsciente nunca fala diretamente, sempre se representa através de deslocamentos, tropeços, substituições.

3. O corpo e o significante

  • O corpo não é só biológico: é atravessado pelo significante.
  • Ao ser capturado pela linguagem, perde sua continuidade com a natureza → a carne vira substância gozante.
  • O desejo do Outro (um olhar, uma palavra) toca o corpo e o marca, instaurando a falta.

4. Metáfora e metonímia

  • Metáfora (condensação freudiana) → substituição de significantes → produz sentido (ex.: sintomas, atos falhos, chistes).
  • Metonímia (deslocamento freudiano) → deslizamento de significantes → mantém a falta em jogo, deslocando o desejo de um objeto a outro.
  • O sujeito nunca encontra um significado pleno → há sempre resto, falta-a-ser.

5. O desejo e a falta

  • Desejo, em Lacan, não é “desejo de algo” (um objeto que completaria), mas desejo como efeito da falta.
  • A realização do desejo é sempre parcial e marcada pelo impossível.

6. O sonho e o tropeço

  • Freud descobre no sonho, no ato falho e no chiste aquilo que “manca”, que tropeça → o detalhe que denuncia o inconsciente.
  • O sonho desperta uma outra realidade: a realidade sexual do inconsciente, sempre faltosa.
  • O encontro entre sonho e despertar nunca é pleno: o sujeito sonha “para não acordar”.

👉 Em resumo:
O inconsciente, em Lacan, não é um “lugar escondido de conteúdos reprimidos”, mas uma estrutura de linguagem que se manifesta nos tropeços, nas substituições e deslocamentos, sempre marcada pela falta. O sujeito é efeito dessa cadeia significante, nunca inteiro, sempre em relação ao Outro.

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desejos falta inconsciente

Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Autora Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Psicóloga Clínica especializada em Estresse Pós Traumático (TEPT), Grafóloga, com mais de 30 anos de experiência no atendimento de "borderline"; ansiedade, depressão, problemas de relacionamento, fobia social, "burnout"; despersonalização; procrastinação; autoestima baixa; envelhecimento e luto.

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