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Depressão

Por 14 de setembro de 2025setembro 17th, 2025Sem comentários
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A depressão sob um olhar terapêutico

1. A importância de compreender a depressão

A depressão é uma das maiores causas de sofrimento e incapacidade. Muitas vezes, não é reconhecida ou é tratada de forma inadequada. Ela não aparece apenas em crises graves: pode estar silenciosamente presente como um pano de fundo afetivo, influenciando diferentes quadros de saúde mental.


2. Como a depressão pode se manifestar

Nem sempre a depressão se mostra de maneira evidente. Muitas vezes, ela surge de forma disfarçada, como:

  • apatia prolongada,
  • queixas físicas ou hipocondríacas,
  • uso abusivo de álcool,
  • alterações alimentares,
  • sensação de vazio ou desânimo contínuo.

Essas formas subclínicas exigem um olhar atento e sensível do terapeuta.


3. Principais tipos

  • Depressão reativa (atípica / neurótica): surge após crises ou situações de vida dolorosas. Tende a responder melhor à psicoterapia do que à medicação.
  • Depressão endógena: tem causas orgânicas ou genéticas, podendo ser unipolar (só depressão) ou bipolar (alternância entre depressão e mania). Requer tratamento medicamentoso adequado, mas também suporte psicoterápico.
  • Distimia: forma crônica e persistente de depressão, muitas vezes confundida com “jeito de ser”. Precisa de acompanhamento contínuo.

4. O que não é depressão (diferenciais importantes)

É fundamental diferenciar depressão de estados que podem parecer semelhantes:

  • Tristeza: emoção saudável diante de perdas ou frustrações.
  • Luto: processo natural e necessário de elaboração da perda.
  • Melancolia: vivência dolorosa e internalizada de um objeto perdido.
  • Posição depressiva (psicanálise): momento positivo de integração da personalidade, mesmo que penoso.
  • Depleção: percepção de vazios e faltas na vida.
  • Desmoralização: queda da autoestima com sensação de fracasso.

5. Sinais comuns que pedem atenção terapêutica

  • Culpa sem motivo aparente,
  • Intolerância a frustrações,
  • Autocrítica severa,
  • Baixa autoestima e autodepreciação,
  • Sensação de fracasso e desesperança,
  • Medo de perder o amor e o reconhecimento dos outros,
  • Pensamentos de ruína ou de morte (sinal de risco grave).

6. Possíveis raízes da depressão

Cada pessoa pode carregar uma história diferente por trás da depressão. Entre as causas mais frequentes estão:

  • Falta ou perda precoce de vínculos importantes (vazio de mãe, luto não elaborado);
  • Culpas internas e um superego tirânico, que não permite perdão a si mesmo;
  • Expectativas externas ou internas inalcançáveis, levando a frustrações constantes;
  • Fracassos em áreas valorizadas pelo narcisismo (status, poder, sucesso);
  • Pseudodepressão, como defesa inconsciente para evitar inveja, cobranças ou para conquistar amor pelo sofrimento.

7. Caminhos terapêuticos

  • Escuta clínica atenta: acolher o sofrimento sem reduzir a depressão apenas a sintomas.
  • Psicoterapia: ajudar o paciente a reconhecer o tipo de depressão, compreender suas raízes e ressignificar sua história.
  • Psicofármacos: podem ser aliados importantes quando bem indicados e dosados corretamente.
  • Integração: trabalhar tanto os aspectos biológicos quanto os existenciais e relacionais do paciente.

🌻 Visão terapêutica essencial:
A depressão não deve ser entendida apenas como doença, mas como um convite a revisitar o sentido de vida, as perdas, as expectativas e a relação consigo mesmo e com os outros. O trabalho terapêutico é auxiliar a pessoa a transformar a dor em caminho de autoconhecimento, reconstrução e possibilidade de novos sentidos.

Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Autora Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Psicóloga Clínica especializada em Estresse Pós Traumático (TEPT), Grafóloga, com mais de 30 anos de experiência no atendimento de "borderline"; ansiedade, depressão, problemas de relacionamento, fobia social, "burnout"; despersonalização; procrastinação; autoestima baixa; envelhecimento e luto.

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