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O poder da Vulnerabilidade.

Estudo inspirado na pequisa de Brene Brown.

 

Conexão é o porquê de estarmos aqui. É o que dá propósito e significado às nossas vidas. É a razão de tudo. Não importa se você fala com pessoas que trabalhem com justiça social, saúde mental, abuso ou negligência, o que sabemos é que conexão é a habilidade de se sentir conectado e  neurobiologicamente é assim que somos feitos.  

A coisa inominada que absolutamente desfaz conexões é a vergonha. Há algo sobre mim que se outras pessoas souberem ou virem, fará  com que eu não mereça conexão. As coisas que eu posso dizer sobre isso: é universal; todos a temos. As únicas pessoas que não sentem vergonha não têm capacidade para empatia ou conexão humana.

Ninguem quer falar a respeito dela, e quanto menos você a discute, mais a tem. O que sustenta esta vergonha, esse “Não sou boa o suficiente,” — esse sentimento que todos conhecemos: “Não sou X o suficiente. Não sou magra o suficiente, rica o suficiente, bonita o suficiente, inteligente o suficiente, promovida o suficiente.” A base disso era uma vulnerabilidade dilacerante. E para que a conexão aconteça, temos que nos permitir ser vistos, como realmente somos, com nossas qualidades e nossos defeito.

As pessoas dividem-se em pessoas: que realmente tem um senso de merecimento, possuem um forte sentimento de amor e pertencimento; e  pessoas que lutam para ter esse merecimento, pessoas que estão sempre imaginando se são boas o suficiente. A parte difícil em aceitar, da única coisa que nos mantêm desconectados é nosso medo de que não sejamos merecedores de conexão.

Essas são pessoas de coração-pleno, vivendo desse senso profundo de merecimento. O que tem em comum é um senso de coragem. Coragem — a definição original de coragem quando veio para a língua inglesa — é da palavra latina cor, que significa coração — e a definição original era contar a história de quem você é com todo o seu coração. Essas pessoas tem, muito simplesmente, a coragem de serem imperfeitas,  tem a compaixão de ser gentis consigo mesmas primeiro e então com outros, porque acontece que se não conseguem praticar compaixão por outras pessoas não conseguem se tratar com gentileza. Tem conexão, e  essa é a parte difícil, como resultado de autenticidade, de estarem dispostas a abandonar quem pensavam que deveriam ser a fim de serem quem elas eram, algo que  absolutamente tem de ser feito para se conectar.

Abraçam a vulnerabilidade completamente. Acreditam que o que as tornam vulneráveis as tornam lindas. A vulnerabilidade não é algo confortável, nem  desconfortável. Mas aceita-la é necessário. Possuem a disponibilidade de dizer “eu te amo” primeiro, a disponibilidade de fazer algo mesmo não havendo garantias, a disponibilidade de respirar enquanto esperavam  a resposta a uma solicitação. Investir em um relacionamento que poderia ou não funcionar. Elas achavam que isso era fundamental a maneira de viver  com vulnerabilidade e parar de controlar e prever.

A vulnerabilidade é o centro da vergonha, do medo e da nossa luta por merecimento mas parece que também é a origem da alegria, da criatividade, do pertencimento e do amor.

Para entender a vulnerabilidade é preciso mexer em coisas de família, coisas da infância. A vulnerabilidade e sensibilidade são importantes e muitas pessoas se anestesiam frente a própria vulnerabilidade. Pedir ajuda a alguém, começar sexo com o parceiro, convidar alguém para sair; esperar o médico ligar; ser demitida; demitir pessoas — esse é o mundo em que vivemos. Vivemos em um mundo vulnerável. E uma das formas com que lidamos com isso é anestesia-la, somos os adultos mais endividados, obesos,  viciados em muitas coisas inclusive em medicamentos, da história.

Não se consegue seletivamente, anestesiar emoções ruins como a dor, a vergonha o medo, o desapontamento sem anestesiar conjuntamente as emoções boas. Quando  a alegria, a gratidão, a felicidade são anestesiadas, ficamos infelizes, procurando por um propósito e sentido, e então nos sentimos vulneráveis. Anestesiando emoções nos tornamos rígidos e implacáveis em nossos julgamentos, tornamos certo tudo  que é incerto, transformamos a religião de uma crença na fé e no mistério, em certezas, o que fazemos está certo o que o outro faz está errado, não há mais discurso nem conversas apenas culpa que é uma forma de descarregar a dor e o desconforto e quanto mais vulneráveis nos sentimos mais medos adquirimos.

Fingimos que o que fazemos não tem efeito sobre as pessoas. Sejamos autênticos e reais e passarmos sentir muito e  consertar nossos erros, nos permitir ser vistos profundamente, vulneravelmente, amar com todo nosso coração mesmo sem garantias por parte do outro.

É terrivelmente difícil praticar gratidão e alegria nos momentos de terror, pensarmos “Posso amar tanto assim? Posso acreditar nisso com tanta paixão? Posso ser tão ardente a esse respeito?” apenas ser capaz de parar, e em vez de catastrofizar o que pode acontecer, dizer, “Sou apenas grata, porque sentir-se tão vulnerável significa que estou viva

Acreditar que somos suficientes pois quando começamos com um sentimento que diga, “Sou suficiente, ” paramos de gritar e começamos a escutar, somos mais bondosos e gentis com as pessoas ao nosso redor, e somos mais bondosos e gentis conosco. IWR

Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Autora Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Psicóloga Clínica com 30 anos de experiência, pós-graduada em Estresse Pós Traumático (TEPT), Palestrante e Grafóloga.

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