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Envelhecer 2

Envelhecimento e saúde mental

O envelhecimento (ou senescência) é um processo natural da vida. Ele traz mudanças físicas e mentais que não são doenças, mas transformações próprias do passar do tempo — como cabelos brancos, rugas, perda de massa muscular, alterações hormonais e diminuição da estatura.

Porém, em algumas pessoas, além do envelhecimento natural, podem surgir condições chamadas de senilidade, quando há presença de doenças crônicas (como hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca ou renal, doenças pulmonares) que comprometem a qualidade de vida. Diferente da senescência, essas alterações não fazem parte do envelhecimento normal.


Demências: quando o cérebro adoece

A demência não é um envelhecimento “normal”. É uma síndrome caracterizada pela perda progressiva das funções cognitivas, emocionais e sociais. Isso significa que a pessoa vai, aos poucos, perdendo capacidades que já possuía.

Os principais sinais incluem:

  • Perda de memória (desde pequenos esquecimentos até não lembrar quem se é).
  • Mudanças no comportamento (agitação, insônia, alteração de humor, choro fácil, desinibição social, alterações de personalidade).
  • Dificuldade em realizar tarefas antes simples, como cozinhar, vestir-se, lidar com dinheiro, organizar compromissos.

Outros sintomas comuns:

  • Dificuldade com palavras e linguagem.
  • Desorientação no tempo e espaço.
  • Colocar objetos em locais inadequados.
  • Diminuição da iniciativa, apatia.

Importante: nem toda alteração cognitiva em idosos significa demência. Algumas condições podem imitar ou agravar sintomas (como depressão, deficiência de vitamina B12, hipotireoidismo, infecções ou efeitos colaterais de medicamentos). Nesses casos, o tratamento pode trazer melhora.


Principais tipos de demência

  • Doença de Alzheimer (a mais comum).
  • Demência vascular (decorrente de problemas circulatórios no cérebro).
  • Demência frontotemporal (afeta principalmente comportamento e linguagem).
  • Demência com corpos de Lewy (associada a sintomas motores e alucinações).
  • Doença de Huntington (genética, com manifestações motoras e cognitivas).

Abordagem terapêutica

Do ponto de vista psicoterapêutico, é importante:

  • Acolher tanto a pessoa idosa quanto sua família, pois as mudanças podem gerar medo, tristeza e sobrecarga.
  • Estimular atividades cognitivas e sociais, respeitando os limites de cada um.
  • Manter rotinas organizadas, que ajudam na orientação e dão segurança.
  • Trabalhar a aceitação, diferenciando o que faz parte do envelhecimento natural daquilo que exige acompanhamento médico.
  • Cuidar das emoções: tratar ansiedade, depressão e sentimentos de perda, que são frequentes nesse processo.

✨ Em resumo: envelhecer é natural, mas algumas condições, como a demência, não fazem parte desse processo. Reconhecer os sinais precocemente, buscar apoio médico e psicológico e fortalecer o cuidado afetivo podem garantir mais qualidade de vida para o idoso e sua família.

Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Autora Dra. Iara Walkiria Belfort Rolim

Psicóloga Clínica especializada em Estresse Pós Traumático (TEPT), Grafóloga, com mais de 30 anos de experiência no atendimento de "borderline"; ansiedade, depressão, problemas de relacionamento, fobia social, "burnout"; despersonalização; procrastinação; autoestima baixa; envelhecimento e luto.

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